A história da Praça está vinculada com o processo de ocupação e povoamento da área central de Concórdia. No início do século XX, várias famílias de caboclos residiam no espaço e em outros locais do centro da cidade.
A partir da década de 1920, a Colonizadora Mosele, Ahrons & Cia instalou, na área central de Concórdia, um escritório para realizar a comercialização dos terrenos urbanos e rurais. Pressupõe-se que seja neste período que ocorreu a retirada dos caboclos do local.
Em 1927, o engenheiro da empresa Mosele, Homero Araújo, projetou a Praça. Esta, inicialmente, recebeu o nome de Santos Dumont. A delimitação da área com o traçado foi feita por João Citadella no final da década de 1920. Neste período, foram plantados no local cinamomos e plátanos por moradores. Não havia calçadas e nem canteiros.
Um dos fatos históricos que marcou a trajetória da Praça foi a festa de emancipação de Concórdia, em 29 de julho de 1934. O espaço foi enfeitado com bandeirolas e, no centro, foi erguido um palco e uma cruz. A solenidade de fundação do município contou com uma missa campal, discurso de autoridades locais e estaduais e a apresentação do Coral Santa Cecília, de Peritiba, SC.
Após a cerimônia oficial estava previsto o almoço. O churrasco estava sendo assado nas imediações da Igreja Nossa Senhora do Rosário. O dia estava nublado e, antes do ato oficial terminar, a chuva chegou. As pessoas abandonaram o espaço levando consigo seus espetos de churrasco para almoçarem em casa.
Com este imprevisto, as autoridades ficaram sem almoço e um boi foi abatido às pressas na casa de Anselmo Pagnoncelli, que residia na Rua Dr. Maruri, próximo da Praça.
Em 1940, o local passou por significativas mudanças. O prefeito Dogello trouxe, de Jaraguá do Sul, SC, de trem, a Concórdia mudas de árvores: acácias tipuanas. Estas foram plantadas, na Praça, por moradores. Também, neste período, Goss iniciou um projeto paisagístico e o terreno foi aplainado com pás e picaretas. O prefeito articulou a construção dos meios fios, calçadas, aleias internas e canteiros com flores, que formavam desenhos geométricos.
Com o terreno limpo, foi colocado, no centro, um mastro com a bandeira nacional do Brasil. Nesta época, a população começou a se referir ao local como Praça da Bandeira.
Na década de 1960, a Praça passou por uma significativa transformação na administração do prefeito Luiz Suzin Marini. Em 1967, Remy Fávero projetou a concha acústica, com banheiros no subsolo, fonte sonora luminosa e parque infantil.
Já a mudança do nome da Praça da Bandeira para Praça Dogello Goss ocorreu em 1975, pela Lei nº 1.137 de 26 de junho. A troca de nomenclatura está relacionada com as ações do período em que Goss foi prefeito de Concórdia.
Desta forma, hoje a Praça é percebida como um ponto de referência aos moradores e visitantes de Concórdia. É um local de memória que marca diferentes períodos históricos do processo de ocupação e povoamento do município. Sendo assim, a Comissão Técnica do Patrimônio Histórico Artístico e Natural do Município de Concórdia (COTESPHAMC) tombou como Patrimônio Histórico e Arquitetônico Municipal a Praça Dogello Goss pelo decreto nº 6.299 de 25 de setembro de 2018.
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